sábado, 18 de abril de 2009

Atividade 6.2 - Argumentação Favorável ( RA 080688 )

Texto : Variações sobre arte e ciência
Autor : Octavio Ianni

Questões : renascimento, ciência e técnica, modernidade

A modernidade têm sua gênese no renascimento cultural. A passagem presente no texto de Octavio Ianni, sintetiza, na minha visão algo muito importante : não é capaz, de forma total, separar a inspiração de valores e concepções religiosas, filosóficas e artísticas da produção de ciência. Mesmo no mundo atual, altamente impregnado de valores seculares, essa divisão implicaria na "seca" de inspiração para produzir ciência e emperraria a roda histórica da evolução contínua, aquilo que chamamos, em última instância, de "modernidade". A favor dessa visão, o fato de que ainda hoje discutimos obras, narrativas, conceitos produzidos por autores clássicos do renascimento e posteriores a essa época. Exemplos, são vários : Maquiavel, fundador e autor atualíssimo para qualqur cientista político que preze por sua reputação ; Weber e seu racionalismo cru e outros que eu poderia aqui citar. Livros considerados narrativas ou poemas de época são peças-chave para a compreensão de elementos ainda hoje utilizados para produzir conhecimento. Nesse diálogo, então, podemos considerar que a ciência e a técnica, por enquanto, ainda subjugam o termo tecnociência. Ainda que o enfoque moderno seja a produção de tecnologia como um fim da ciência, a ciência é algo mais amplo : engloba ramos variados do saber e correlacionada e multifacetada. Uma proposição das ciências humanas pode ter relação e servir de impulso para produção de ciência - não só o saber especialista têm valor, pois este não dá conta de explicar todos os fenômenos que conhecemos e tampouco racionalizar emoções e valores indispensáveis para produção do saber.

Atividade 6.1 - Argumentação favorável ( RA 080688 )

Texto : Considerações sobre neutralidade e ciência
Autor : Marcos Barbosa de Oliveira

Questões : PCN, racionalismo e neutralidade

A existência de preocupação em ensinar ao cidadão a importância de aprender sobre ciências naturais deve nortear a política acadêmica de qualquer nação que busque o desenvolvimento, em todas as suas perspectivas. Assim, a elaboração de um PCN, tal qual cita o texto, é de suma importância para nortear os métodos e meios para que o conhecimento seja disseminado em determinada sociedade. A minha posição pessoal é alinhada com o autor, como já defendi no texto postado para a atividade 5 : um PCN honesto deve considerar a corrente racionalista ( em detrimento da corrente relativista ) de pensamento e deve assumir que a neutralidade na ciência é algo díficil de ser alcançado.
Para que tal afirmação seja verdadeira, devemos considerar que os julgamentos pessoais estão permeados nas avaliações científicas. Convido o leitor a refletir : suas observações e conclusões científicas, com toda a certeza, são isentas de valores e crenças pessoais ? As minhas, tenho certeza, não. E considero aspectos conscientes ou inconscientes para tal conclusão. Portanto, a busca da neutralidade da ciência, tal qual defende o autor e tal qual eu concordo, não é possível. Quando se faz ciência, quando se pensa o modelo de fazer ciência, o cientista escolhe um determinado "lado" das causas que farão uso daquilo que se produz. E é preciso que todos tenhamos certeza disso.

sábado, 11 de abril de 2009

Atividade 5 - Leitura dos textos

Na leitura dos dois textos indicados foi possível identificar a presença clara dos elementos que caracterizam a estrutura lógica de um texto científico.
No primeiro texto que eu li, produzido por Octavio Ianni para uma aula magna realizada em 03 de março de 2004, o tema do ensaio está claramente presente no título da obra. O autor aborda a separação entre as linguagens filosóficas, científicas e artísticas, cujos elementos de separação estão se acentuando, na visão de Octavio Ianni, ao ponto de criar uma polaridade entre modernos e antigos. Duas questões que derivam dessa polaridade são o surgimento de especialidades cada vez mais intrínsecas e a crescente importância da técnica sobre a ciência. Ele cita, como exemplo dessa segunda tendência acima citada, o termo ( para ele, um "barbarismo" ) tecnociência. E na sequência dessa passagem, surge então o problema principal tratado pelo autor, que é a descoberta ou redescoberta do contraponto ciência e arte como ponto central das narrativas científicas. Não pode, portanto, ser desprezado, mesmo considerando a "modernidade" ou "profunda especialização" que estamos vivenciando. Esse contraponto, para muitos, atuaria como um catalisador mútuo, que revigora e renova a produção artística e científica mundo afora. Para fortalecer sua tese, o autor cita a presença dessa "cumplicidade" em obras de grandes autores da história humana ( Maquiavel, Shakespeare, Weber, Hegel e outros ), que produziram conhecimento e deixaram marcas de sua época ( com viés artístico ) para a posteridade. Isso porque as obras produzidas por tais clássicos carrega ( em grande parte ) uma visão própria de mundo, peculiar a cada época. Como exemplo, ele cita o poema ( portanto, uma obra artística a priori ) Os Lusíadas , onde é possível ver, segundo o autor "um primeiro hino à ocidentalização do mundo, nas esteira do mercantilismo". Estão fundidos no elemento do texto ciência e arte, indissociáveis. E continua, ao longo de praticamente todo o texto, demonstrando outros exemplos onde narrativas, ficcionais em maior ou menor grau, servem ao propósito da difusão de ideias e ideais científicos. Nota-se a presença, do método, do desenvolvimento e dos resultados. Octavio Ianni encerra comentando que a narrativa ainda está presente, no mundo moderno, para tratar da conexão entre os enigmas da razão e da fantasia, para leigos e cientistas. E então demonstra toda a bibliografia que utilizou para construir sua argumentação. Um monumental texto científico. Perceber que se trata desse tipo de produção literária não é, segundo minha opinião, fácil para leitores pouco atentos, que o enxergariam como uma narrativa sobre um determinado problema, cuja visão do autor é a que ele apresenta na aula magna.
O segundo texto, produzido por Marcos Barbosa de Oliveira, é mais rígido nas divisões. Ele deixa claro seu objetivo no título ( Considerações sobre a neutralidade da ciência ).
Apresente um resumo claramente delimitado, onde consta seu objeto de estudo - algumas formulações contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCN). Na sequência, ele coloca as palavras-chave para pesquisa e reitera, na abertura do paragráfo seguinte, o tema do texto ( Nosso tema é a neutralidade da ciência . . . ). Marcos Barbosa de Oliveira constrói uma dissertação sobre os temas presentes nos PCN, onde está claramente presente a tese de não neutralidade da ciência. Ele utiliza, para embasar parte de seu argumento, considerações propostas pelo australiando radicado nos Estados Unidos, Hugh Lacey. Lacey escreve sobre o tema e propõe reflexões sobre o conceito de neutralidade da ciência, em sentido amplo. Define algumas considerações para que esse conceito seja válido ( necessidade da ciência ser neutra no sentido restrito, e quais aspectos são considerados, segundo sua tese, para que a ciência seja considerada neutra no sentido restrito ). Utilizando-se desse conjunto de argumentações, Marcos Barbosa de Oliveira expõe o problema, desenvolve seu raciocínio, sua posição e formula um termo convergente com o texto produzido por Octavio Ianni - o neologismo tecnociência. Para Marcos Barbosa de Oliveira, as implicações da não neutralidade do uso das tecnologias estão intimamente associados com o conceito de não neutralidade amplo da ciência, isso porque ambas, tecnologia e ciência, estão cada vez mais aglutinadas, em maior ou menor grau, dependendo do segmento ou domínio do saber humano. Temos então um termo similar ao utilizado em outro texto, mas aplicado em contexto diferente do texto de Octavio Ianni. Isso produz outra interpretação quanto ao seu significado, que é a fusão entre a tecnologia e a ciência. Produz também outras implicações e reflexões, pois o uso não neutro de tecnologias estaria produzindo ciência não neutra, em sentido amplo. Ao finalizar seu pensamento, o autor deixa ainda mais clara sua posição e entende que ela é claramente sólida. Na sequência, demonstra a bibliografia utilizada.
Outro exemplo de clareza na produção do texto científico.
Aborda sob outro prisma um problema tratado por Octavio Ianni no texto Ciência e Arte - a separação entre tecnologia e ciência e as implicações disso na produção científica humana e em aspectos éticos próprios da produção do conhecimento científico, segundo minha interpretação.