quarta-feira, 23 de março de 2011

Meu, cadê minha salsicha ?




Hoje, eu queria muito comer uma salsicha empanada.
Não qualquer salsicha empanada, mas a salsicha empanada, vendida na cantina do IFGW Unicamp.
Não sei para os outros, mas na minha opinião, há uma clara graduação nas comidas essenciais para forrar o estômago após os não-almoços do trabalho. E nessa graduação, a salsicha empanada do IFGW é nota 11.
O único defeito da cantina é o sachet ( sachê ? ) de ketchup. O danado não abre facilmente. Paciência, nem tudo é perfeito. Chega, sem digressões, vamos direto ao ponto.
Estava prestes a realizar esse sonho de consumo, minutos atrás.
Passei e olhei a ÚLTIMA salsicha ( do pacote ? Com a vontade que eu estava sentindo, entendi melhor o sentido do dito popular ) na vitrine ; por ela, resolvi juntar-me aos 20 alunos que igualmente babavam por algo ( sem maldade, hein ? Eu falo de triângulos de queijo com tomate, espetinhos de frango e outras iguarias famosas .... ).
Peguei a fila, paciente e sereno. Paguei, paciente e já confiante. Peguei outra fila para então aproveitar aquilo que já deixava meu rostinho relaxado e brilhante. Tragédia.
Vi a aluna EXATAMENTE na minha frente pedir pela minha salsicha ( entenderam o contexto ? sem trocadilhos então ... ) e então fiquei p. para kct.
Acreditem ou não, ao virar e degustar o primeiro "pedacinho" da minha salsicha, acho que percebendo meu desapontamento não-verbal ( o corpo fala ! deu até livro ... ), ela perguntou : você queria ?
Restou-me dizer, com muita entonação e cerimônia : NÃO !
Percebi várias lições nisso.
A primeira, não pude deixar de pensar cartesianamente : Lei de Murphy funciona melhor em institutos de física ? Nas cantinas que abastecem os alunos deles ? Provável, merece pesquisa.
Segundo, a constatação filosófica, aquele famoso insight que povoa mentes e corações depois de uma experiência frustrante : a sorte me abandonou ?
Porque, entre tantas alunas que ali passaram, considerando comer todas as outras companheiras empanadas da última salsicha do pacote que ali estiveram, aquela aluna foi escolher aquele mimo que era meu ?
Teria eu sido mau durante o dia ? Carma de outra vida com a estudante que estava na fila ?
Pensei, repensei minha rotina e vi que não fiz nada diferente dos outros dias.
Não mereci severo castigo, concluí confortavelmente.
Um interessante exercício de auto-ajuda, com muita introspecção.
E por último, não poderia deixar de constatar que iguarias japonesas são coisas boas em restaurantes japoneses diferenciados.
Quando a fome chega, elas não se igualam a dor estomacal provocada pelo quase prazer do gosto de uma salsicha empanada já processado pelo cérebro, que mandou uma boca cheia de saliva perguntar : MEU, CADÊ MINHA SALSICHA ?????.
Amanhã, será diferente ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário