sábado, 21 de março de 2009

César Lattes, físico brasileiro e co-descobridor do méson-pi

Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido César Lattes, nasceu no dia 11 de julho de 1924 em Curitiba, no estado do Paraná, e faleceu no dia 8 de março de 2005, na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
Graduou-se em Matemática e Física, concluindo seus estudos na Universidade de São Paulo(USP), em 1943, aos 19 anos.
Apontado por inúmeros pesquisadores e cientistas como o maior físico brasileiro, César Lattes ajudou a fundar, aos 23 anos de idade, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
Entre os anos de 1947 e 1948, começou sua principal linha de pesquisa, escolhendo como objeto de estudo os raios cósmicos, descobertos no ano de 1932 pelo cientista americano Carl David Anderson.
Deixa o Brasil para viajar com um de seus mestres, Giuseppe Ochiallini, e começa a trabalhar no H.H.Wills Laboratory da Universidade de Bristol ( Inglaterra ), dirigida por Cecil Frank Powell. Lá, aos 24 anos, Lattes realiza uma monumental descoberta experimental de nova partícula atômica, o méson pi. Essa partícula, por sua vez, têm a característica de desintegrar-se em outra partícula, o méson mu ( ou muon ). Impetuoso, o físico concluiu também estudos para cálculo da massa da nova partícula e no ano seguinte, trabalhando com o renomado físico Eugene Gardner na Universidade da Califórnia em Berkeley(EUA), detectou a produção artificial de partículas pion no ciclotron do laboratório, causada pelo bombardeio de átomos de carbono com partículas. Contava, então, apenas 24 anos.
Em 1949, retorna ao Brasil para atuar como professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e para atuar no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Em 1955, volta aos EUA e realiza estudos até o ano de 1957, quando então retorna definitivamente ao Brasil, para trabalhar na Universidade de São Paulo. Ainda em 1957, ingressa na Academia Brasileira de Ciências.
Após 10 anos ( em 1967 ), Lattes aceita posição de professor titular no instituto "Gleb Wataghin" de física da Universidade Estadual de Campinas. Em 1969, descobre com outros pesquisadores o fenômeno de "bolas de fogo", que ocorre espontaneamente durante colisões de alta energia. Tal manifestação foi detectada por chapas de emulsão fotográfica desenvolvidas por César Lattes, e que foram colocadas no pico de Chacaltaya, situado nos Andes Bolivianos.
Lattes aposenta-se em 1986, depois de anos dedicados ao ensino e a pesquisa acadêmica. É condecorado com o título de Doutor Honoris Causa e Professor Emérito da Unicamp.
Embora aposentado, ainda permanece próximo da universidade. Opta por viver nas imediações do campus, morando em uma casa nos arredores da Unicamp até sua morte, ocorrida em 2005 e causada por um ataque cardíaco. Conta 81 anos de idade.
Cientista notável, César Lattes é uma unanimidade em sua área de atuação : além de participar da criação de vários importantes institutos nacionais de pesquisa e iniciativas acadêmicas, é citado na Biographical Encyclopedia of Science and Technology, de Isaac Asimov e na Enciclopédia Britânica.
Encerrando sua monstruosa biografia, o capítulo mais notável e injusto : apesar de ser o principal pesquisador e autor do 1.o artigo na revista Nature contendo a descrição do méson PI, Lattes não é agraciado com o Prêmio Nobel de Física do ano de 1950, concedido pela descoberta da partícula. O único premiado é Cecil Powell. Alega-se que ele recebeu o prêmio, sozinho, por liderar a pesquisa. Uma nódoa histórica, cuja correção é impossível. Nódoa que em nada esmaece o brilhante cérebro do cientista que emprestou seu nome a biblioteca central da nossa universidade, prédio que guarda muitos dos seus trabalhos, produzidos por genial inspiração típica de outros gigantes da história humana.

3 comentários:

  1. Olá André.
    Achei bem interessante o seu texto sobre César Lattes, principalmente sobre a parte em que Lattes não foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física do ano de 1950. Acredito que não foi justo!

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. André, seu texto está claro e objetivo. Segue uma descrição semelhante a que fez no seu memorial. Eu também procurei seguir esse mesmo estilo. O texto contém informações sobre a vida acadêmica de Lattes, porém sem se prender a muitos termos relacionados à Fisica. Na minha opinião, esse fato poderia tornar o texto pouco compreensivo e aborrecido para quem não tem muita intimidade com esses termos. Para finalizar, acredito que só faltou a fonte que você consultou para produzir o texto.

    ResponderExcluir
  3. Olá, André.

    Gostei de seu texto. Considerei-o claro, porém, se dispusesse de fotos e das fotos, acreditaria que ficaria completo!

    Até mais

    Maria Luiza

    ResponderExcluir